Arquivo
2009
A Comissão de Jornalistas pela
Igualdade Racial em Alagoas apresenta pelo segundo ano consecultivo, a
retrospectiva afro-alagoana produzida mês a mês. As informações ressaltam as ações político-culturais no ano de 2009 executadas pelos
segmentos afros no Estado de Alagoas, que foram publicadas na Coluna Axé /
Jornal Tribuna Independente e no blog www.cojira-al.blogspot.com.
O material foi produzido por Helciane Angélica Santos Pereira (jornalista – 1102 MTE/AL): integrante da Cojira/AL, editora da coluna axé e presidente do Centro de Cultura e
Estudos Étnicos Anajô.
Aproveitamos para desejar que 2010 venha repleto de muitas
realizações, saúde e justiça social! Reafirmamos o nosso compromisso
com uma mídia comprometida com a responsabilidade e a pluralidade do
povo brasileiro.
Axé!!!
COMISSÃO DE JORNALISTAS PELA
IGUALDADE RACIAL EM ALAGOAS
SINDJORNAL:
Casa da Comunicação – Rua Sargento Jaime, 370, Prado (esquina com a Av. Assis
Chateaubriand). Cep: 57010-200 Maceió-AL
Contatos da Cojira-AL: (82) 3326-9168 e 9902-2327 (Sindjornal) / 9999-1301
(Valdice) / 8831-3231 (Helciane) / cojira.al@gmail.com
Blog: www.cojira-al.blogspot.com / Twitter: cojiraal /
Orkut: Cojira-AL
CARTA
CARTA
DE REFILIAÇÃO
Aos malungos e
malungas dos APN’s
No
dia 20 de dezembro de 2009 ocorreu como de praxe um encontro mensal de formação
do Centro
de Cultura e Estudos Étnicos Anajô, organização não-governamental
vinculada ao movimento negro de Alagoas. A atividade foi realizada na sede do
Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Alagoas (Sindjornal), localizado no
bairro do Prado, em Maceió.
Na
ocasião, membros associados ao Anajô e convidados – integrantes da Pastoral da
Negritude da Igreja Batista do Pinheiro e da Comissão dos Jornalistas pela
Igualdade Racial em Alagoas (Cojira-AL) – participaram da discussão sobre “APN’s
– trajetória e avanços”. Para expor o tema, estiveram presentes o
jornalista Nuno Coelho que atualmente encontra-se na coordenação estadual dos
APNs em São Paulo e na presidência do Conselho de Gestão da Coordenadoria dos
Assuntos da População Negra de São Paulo (CONE); e também, Jaqueline Soares,
que é quilombola na cidade de Ubatuba (SP).
O
momento também foi de confraternização, devido ao início da segunda gestão da
Diretoria e festejou ainda os quatro anos de rearticulação da entidade, inclusive,
com uma deliciosa feijoada no encerramento. Além disso, após o debate e resolução
de dúvidas sobre o conteúdo da palestra, os participantes analisaram a
importância do encontro e a necessidade do Anajô em retornar ao quadro
de entidades associadas dos APN’s e na mobilização nacional.
A
instituição que realizou o evento, antes era chamada Mocambo Anajô e foi instituída
em 13 de maio de 1988. Juntamente, com mais duas entidades negras em Alagoas
formava o quilombo estadual dos APN’s. No entanto, devido a alguns problemas
internos, desânimo ou outras dificuldades, muitas pessoas se afastaram do
movimento ou foram para outros grupos. Após dez anos, ocasionou a desarticulação
e o afastamento desses núcleos em relação à entidade nacional, porém, nunca
houve uma desfiliação oficial.
Diante
da atual conjuntura, verificamos que existe uma necessidade em obter mais
informações relacionadas à realidade afro-brasileira, sobre os avanços de
políticas públicas e a mobilização dos grupos político-culturais dos diversos
segmentos afros em todo o país, e consequentemente, investir na reaproximação do
Estado de Alagoas no movimento negro nacional.
Reafirmamos
o nosso compromisso e interesse em contribuir para o desenvolvimento da Associação
Cultural dos Agentes de Pastoral Negros no Brasil. Também aproveitamos
para confirmar desde já a participação do Anajô no 1º Congresso Nacional dos
APN’s na cidade de Goiânia (GO), que acontecerá nos dias 21 a 24 de abril de
2010. Juntos, discutiremos um novo projeto político para essa importante
entidade nacional.
Abraço
para todas e todos! Axé!
Atenciosamente,
Helciane Angélica
Santos Pereira
Jornalista
e Presidenta do ANAJÔ
REFILIAÇÃO
Anajô
reafirma compromisso ao lado dos APN’s
Por: Helciane Angélica
Jornalista, integrante da Cojira/AL e presidente do Anajô
No
último domingo (20.12), o Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô
realizou o tradicional encontro de formação, na sede do Sindicato dos
Jornalistas Profissionais de Alagoas (Sindjornal) em Maceió. Estiveram
presentes, os membros associados e convidados, como: integrantes da
Pastoral da Negritude da Igreja Batista do Pinheiro e da Comissão dos
Jornalistas pela Igualdade Racial em Alagoas (Cojira-AL).
Para ministrar a palestra “APN’s – trajetória e avanços” foi convidado Nuno
Coelho que é jornalista por formação e atualmente encontra-se na
presidência do Conselho de Gestão da Coordenadoria dos Assuntos da
População Negra de São Paulo (CONE) e na coordenação estadual dos APNs
em São Paulo. Também participou
da atividade, Jaqueline Soares que é quilombola da cidade de Ubatuba
(SP) e encontra-se há um (1) ano atuante na instituição.
Na
ocasião, os participantes puderam conhecer a história da instituição
que teve início dentro da Igreja Católica, mas depois foi reformulada e
passou a contemplar pessoas das mais diversas crenças religiosas com o
objetivo de discutir: teologia, fé e transformação social. Foi possível
obter informações sobre suas bandeiras de luta e ações desenvolvidas,
além de saber sobre a conjuntura nacional – os APN’s estão presentes em
14 estados e no Distrito Federal. Também foi possível ter conhecimento
sobre o 1º Congresso Nacional em abril de 2010, que irá definir o
projeto político para os próximos dez anos.
A atividade foi encerrada em grande estilo com uma deliciosa feijoada,
e também serviu para comemorar os quatro anos de rearticulação da
organização não-governamental que é vinculada ao movimento negro
alagoano. Na ocasião, ficou determinada por unanimidade a refiliação do Anajô no quadro de entidades associadas dos APN’s e o retorno do Estado de Alagoas na mobilização nacional.
ORGANIZAÇÃO POLÍTICA
Por: Helciane Angélica
A
Associação Cultural Agentes de Pastoral Negros (APN’s) surgiu em 1983,
durante um processo de mudança no contexto sócio-político e econômico
no Brasil, onde também existia a redemocratização do poder nos mais
diversos setores da sociedade, principalmente, dentro da Igreja
Católica.
Os negros e negras atuantes nas igrejas queriam ter
mais espaços, serem realmente vistos e ouvidos, e ampliar a discussão
sobre teologia e negritude. “Embora o
negro fosse à missa, ao espaço evangélico, sempre teve contato com
alguma benzedeira ou um pai de santo. Enfim, tinha contato, mas não
podia ter uma abertura para se manifestar ou falar de suas raízes”, destacou o APN Nuno Coelho.
A
entidade teve início dentro da Igreja Católica e compunha o corpo
organizacional, mas depois percebeu que precisava ampliar seus
horizontes e agregar pessoas de diversas crenças religiosas,
tornando-se um espaço para discussão política e transformação social.
De
acordo com Helcias Pereira, que já foi coordenador nacional de formação
e contribuiu para a implantação de mocambos (grupos de base) dos APN’s
em Alagoas no ano de 1988, a instituição superou muitas barreiras para
hoje se tornar uma referência nacional – “Quando
a gente levava o atabaque para a Igreja, nós éramos chamados de
macumbeiros e quando íamos para as atividades do movimento negro nós
éramos chamados de papa-ostras, foi um conflito muito grande até o povo
entender a nossa missão”, disse o ativista alagoano.
O lema da instituição nacional é “Fé, luta, organização e conscientização” e atualmente encontra-se presente em 14 estados e o Distrito Federal, distribuídos em todas as regiões do país.
De 21 a 24 de abril de 2010, acontecerá em Goiânia (GO) o 1º Congresso Nacional da instituição com o tema “APN’s, olhando história e projetando o futuro”.
O evento já é visto como um momento de extrema importância, pois tem a
missão de discutir a linha política para os próximos 10 anos de
atuação, priorizar a organização, oxigenação de lideranças e trabalhar
o pertencimento (potencializar a identidade étnica e o compromisso com
os ideais do grupo).
A Comissão dos Jornalistas pela Igualdade
Racial em Alagoas (Cojira-AL) deseja sucesso no fortalecimento das
ações – “A felicidade do negro é uma felicidade guerreira!”.
Fonte: Coluna Axé – Tribuna Independente (22.12.09)
ELOGIO
Prezada Helciane, Helcias e demais membros do
Anajô parabenizo pela inciativa e a dedicação de um espaço para a reflexão sobre os APNs.
Pessoalmente estou muito contente como este fato e torço para que novamente os APNs possam se reestabelecer e se reorganizar em Alagoas.
Isso será sinal de fortalecimento da nossa luta contra o racismo e pelo desenvolvimento do povo negro no Brasil. Estaremos contando com a presença de vocês no nosso congresso em 2010.
Coordenador Nacional de Formação
Agentes de Pastoral Negros do Brasil
ENCONTRO DE FORMAÇÃO
Dia:
20.12.09 (domingo) – Encontro de Formação do Anajô
Horário: 9h às 16h
Local: Sindjornal – Maceió/AL
Tema: APN’s – trajetória e avanços
* Breve histórico e
ações desenvolvidas
* Discussão sobre o
Estatuto
* Congresso Nacional em
abril de 2010, Goiânia (GO)
* Conjuntura sobre os
mocambos / estados integrantes
* Atuação/Análise do
movimento negro nacional e relacionamento com outros grupos
Convidado: Nuno Coelho – Presidente do Conselho de Gestão da Coordenadoria dos
Assuntos da População Negra de São Paulo (CONE) e Coordenador Estadual dos APNs/SP
Realização: Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô
Contatos: (82) 8831-3231 / 8862-3942 / 8893-9495 / 9999-1301
OBSERVAÇÃO:
O encontro é destinado para todos os membros associados do Anajô e
convidados, será um momento de informação e descontração que terá no
encerramento uma deliciosa feijoada.
Para participar, solicitamos a
contribuição de R$ 10 (dez reais), o evento também dará o direito a
ter certificado. Os interessados e interessadas devem confirmar a presença até quinta-feira (17/12) e entrega a taxa simbólica.
CULTURA
Texto e foto: Helciane Angélica
Durante
todo o domingo (29), a Comissão Pastoral da Terra em Alagoas realizou a
22ª Romaria da Terra e das Águas com o tema “Do êxodo rural à periferia
da capital”, envolvendo os bairros do Salvador Lyra e Benedito Bentes.
A
atividade reuniu 3000 pessoas de várias partes do Estado, como:
trabalhadores rurais, religiosos, representantes de movimentos sociais
e ainda, os integrantes do Ponto de Cultura Guerreiros da Vila (Vila Emater II, no Sítio São Jorge) que também recebem apoio do Centro de Educação Ambiental São Bartolomeu (Ceasb).
O
grupo apresentou o melhor da cultura afro-alagoana como o batuque do
maracatu e do coco de roda; também fizeram sucesso com uma apresentação
teatral em uma das paradas estratégicas da caminhada, quando
representaram a dura realidade das 230 famílias que sobrevivem com o
recolhimento de objetos recicláveis no lixão de Maceió.
Mais informações sobre o evento no blog da CPT-AL.