Funcionária é agredida dentro do Supermercado GBarbosa
A vítima que é uma mulher negra sofreu violência moral e física, e o gerente da loja evitou prisão em flagrante
Texto e fotos: Helciane Angélica – Jornalista/integrante da Cojira-AL
O Natal é considerado o período mais esperado do ano para as famílias e empresas, onde as pessoas pregam a paz, união e o amor ao próximo, além de irem às compras para adquirir os produtos das confraternizações e garantir a troca de presentes. Porém, a Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial em Alagoas (Cojira-AL/Sindjornal) denuncia um fato lamentável que ocorreu na última quinta-feira (22.12) em Maceió.
Por volta das 10h30, no Supermercado GBarbosa localizado no bairro da Cruz das Almas na capital alagoana, a funcionária Cássia da Silva Nicandio, 37, foi covardemente agredida por outro funcionário chamado James das Neves Bernardes no próprio local de trabalho. Segundo a vítima, James era uma pessoa reservada e tranquila, mas nos últimos dias estava sendo grosseiro com todos, inclusive, com a encarregada do setor.
“Eu fui conversar para saber o que estava acontecendo, ele tinha faltado e perguntei se estava doente, se estava tudo bem. Ele disse que tinha todas as doenças do mundo e que ninguém do trabalho acreditava”. Cássia terminou perguntando se aquilo era destinado a ela, e aos gritos James respondeu: “se a carapuça serviu o problema é seu”. Diante da resposta ríspida, pediu para abaixar o tom de voz e foi quando ele partiu para cima, ela se protegeu com um empurrão e depois foi atingida com uma lata de refrigerante na cabeça.
A partir daí, as agressões se multiplicaram sobre os olhares de outros funcionários e clientes. James tentou dar uma “gravata” no pescoço, jogou-a no chão, deu socos e pontapés, enquanto, as pessoas gritavam pedindo para parar e tentavam afastá-lo. Com a chegada do gerente, o ataque cessou e os demais funcionários queriam linchá-lo, mas, ele foi conduzido para o setor pessoal onde ficou um tempo, deixou seu atestado médico, e em seguida liberado.

A polícia não foi acionada e com a demora da SAMU, a vítima saiu desacordada em um carro de um amigo e foi atendida em um hospital particular. Posteriormente, seguiu para a 1ª Delegacia Especializada no Atendimento a Mulher; onde prestou queixa e o boletim de ocorrência, depois foi até o Instituto Médico Legal (IML) fazer o exame de corpo de delito.
Para a ativista do movimento negro alagoano, Filomena Felix Costa – Presidenta do Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô, entidade vinculada aos Agentes de Pastoral Negros do Brasil (APNs), onde Cássia também é integrante – sua amiga foi duplamente agredida. “Foi um absurdo o agressor não ter sido preso em flagrante. Se fosse uma cliente que tivesse sido espancada, ele seria liberado? E se fosse alguém que estivesse roubando a loja, mesmo que fosse um confeito também seria liberado? Onde estavam os seguranças? Esse caso não pode ser esquecido, temos que denunciar na mídia porque a empresa foi conivente durante o momento e também por se tratar de uma mulher humilde e negra, que foi humilhada e teve seus direitos violados”, exaltou.
De acordo com Cássia Nicandio, o gerente mencionou que pretende demitir o funcionário, assim como, afirmou que a empresa está à disposição dela para o que for preciso, e que ela junto à família fizesse o que estivesse ao seu alcance para denunciar o agressor. Neste momento, Cássia anda com dificuldades devido ao inchaço na perna e dores no corpo, e afirma está se sentindo envergonhada com o que aconteceu.
Assessoria jurídica

O advogado Alberto Jorge Ferreira dos Santos, conhecido por Betinho, que é Presidente da Comissão de Defesa das Minorias Étnicas e Sociais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-Alagoas) está acompanhando o caso. Ele informou que entrará com uma ação de rescisão indireta de contrato de trabalho, pois a vítima encontra-se em estado de choque e sem condições de exercer suas funções no local, além disso, a omissão da empresa ainda pode acarretar em danos morais.
Em relação a James, o advogado comparecerá com a vítima na próxima terça-feira (27.12) às 9h na Delegacia das Mulheres para conversar com a delegada Paula Mercês da Silva e saber se a intimação referente à lesão corporal foi entregue e seguir com trâmites legais necessários para punir o agressor.
Categorias:Anajô, APN's, Movimento negro
Tags:Alagoas, Alberto Jorge Ferreira dos Santos, APNs, Cássia Nicandio, Cojira-AL, Filomena Felix, GBarbosa, Helciane Angélica, mulher, violência
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o supermercado g barbosa, nao esta se importando com seus funcionarios, quando eles ficam doente ou sao agredidos eles ficam por debaixo dos panos escondendo tudo uma funcionaria do shoping jardins em aracaju levou na cara de um cliente e ficou por isso mesmo