Carta Mensal – fevereiro de 2013
AGENTES DE PASTORAL NEGROS DO BRASIL
Conscientização, Organização, Fé e Luta
CARTA MENSAL
São Paulo, 05 de Fevereiro de 2013
Queridos companheiros e companheiras, de fé e luta unida na mesma expectativa de um mundo mais justo, humano e igual para todas as raças.
Este mês estou imensamente feliz com a abertura dos nossos trabalhos inaugurado com uma belíssima oficina onde foram capacitado 13 lideranças jovens para compor nos diversos estados os Núcleos de Articulação Territorial e os Comitês Gestores do Plano de Prevenção à Violência Contra a Juventude Negra.
Por outro lado refletimos também sobre ás expectativas e possibilidades que a nossa juventude abarcará enquanto lideres na agenda da própria entidade, uma vez, que eles são parte integrante do nosso projeto de poder e desenvolvimento social.
Precisamos de uma atuação e maior presença desta juventude na vida da nossa entidade, são pontos fundamentais para o crescimento dos APNs.
Entre outros temas trazidos por nossos convidados a companheira Aparecida de Campos (Tida) do Mocambo de Campinas nos trouxe naquele momento uma palavra muito forte na perspectiva da juventude que é “este sentimento de pertença, dentro do grupo de jovens, dentro dos APNs, refletindo a importância de estar inserido, de fazer parte e ter o poder de ser.
E que o compromisso enquanto jovens APNs tem que estar introjetado dentro de cada um e cada uma de maneira que os outros jovens possam perceber a importância de ser um jovem APNs a partir de vocês que serão este referencial para ele(a)s. Vocês estão protagonizando uma nova história da juventude APNs”.
O caminho esta pavimentado agora sigamos juntos e confiantes.
Malungos e Malungas,
A correria do dia a dia não nos dá tempo para contemplar o que fazemos e acabamos por esquecer…
No próximo mês de março nossa entidade chega a maturidade dos anos ao celebrar três décadas de existência. Momento forte de emoção e reflexão sobre a nossa histórica caminhada.
Esse momento não pode passar despercebido em nossos Quilombos/Mocambos e entidades vinculadas. Temos que estender a toalha trazer nossos pratos e tambores e celebrar com alegria. Conclamo há que cada um possa preparar um momento, uma festa, uma roda, uma celebração, uma Kizomba para marcar de forma significativa esses 30 Anos de Organização; Conscientização; Fé e Luta. Pois temos muito pra cantar, chorar, partilhar e agradecer.
Os APNs foi um clamor da terra, um clamor do céu, um clamor da gente, um clamor da memória comovente. Despertando a história do Brasil. Podem não gostar das nossas ações e reflexões, mas ninguém pode desqualificar nossas afirmações e o papel que os APNs tiveram na redemocratização e na construção da promoção da igualdade racial neste país de todos.
Os APNs não é um movimento de Igreja a serviço da Igreja. Não busca aumentar o número de negros para as Igrejas; não tem como seu primeiro objetivo a defesa e promoção do cristianismo, mas coloca a mística a serviço do povo, dos pobre, como um fermento (Lc. 13, 20-21).
Os APNs busca viver a espiritualidade da energia que brota da força e da vitalidade de cada ser, da natureza de cada um e da experiência de fé e vida dos que a congregam livremente. Somos como árvore, onde os pássaros podem encontrar seu abrigo, fazer seus ninhos: mas as aves não pertencem à árvore!
Por isso e por muito mais temos que celebrar com cantos e atabaques a nossa história.
Nossa caminhada já começou estamos prestes a chegar na parada central de União dos Palmares, recarregar as energias e subir a Serra para lá no alto saudar nossos ancestrais, agradecer a Olorum por tudo e revigorados seguir nossa história por mais 30 Anos.
No axé e na esperança!
Nuno Coelho
Coordenador Nacional