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MACEIÓ RECEBE EDIÇÃO ESPECIAL DO VAMOS SUBIR A SERRA
Ancestralidade, valorização da cultura afro-brasileira e afroemprendedorismo são os pilares do projeto alagoano coordenado pela sociedade civil
Do dia 28 a 31 de janeiro a praia de Pajuçara receberá a edição especial do VAMOS SUBIR A SERRA, que é considerado um dos maiores projetos afroculturais do Brasil e destaque do calendário sociocultural e turístico de Alagoas. A programação acontece das 15h às 22h na Praça Multieventos respeitando todos os protocolos de segurança do covid 19 que o momento exige.
Realizado há três anos, o projeto é assinado pelo Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô, entidade do movimento negro alagoano, com recursos via emenda parlamentar do então deputado federal JHC, por meio da Fundação Cultural Palmares (FCP), e conta com apoio da Prefeitura de Maceió através da Fundação Municipal de Ação Cultural (FMAC).
Todas as atividades do projeto são gratuitas sendo necessário o uso de máscara e verificação da temperatura para acesso ao local. Destinado à valorização da população afro-brasileira, ao pertencimento étnico-racial e combate ao racismo, o projeto também incentiva a geração de renda com a Feira do Empreendedor Negro, praça de alimentação e Espaço Beleza Negra, dedicado à estética afro. A novidade nesta edição são as oficinas de estética afro (pertencimento, tranças, turbante, penteado e maquiagem), que serão ofertadas ao público no próprio espaço.
Serão beneficiados mais de 50 afro-empreendedores, entre eles representantes de comunidades quilombolas do Estado de Alagoas. Na Praça Dandara serão realizadas palestras, debates e apresentações afro-culturais.
Um dos destaque dessa edição é o Sarau Acotirene que acontecerá na sexta-feira (29), com a roda de conversa sobre o tema “Direitos humanos e os caminhos para o antirracismo”; Poéticas Pretas; e a roda literária “Narrativas negras alagoanas” seguida de lançamento de livros. No sábado, acontece o poket show com a atração nacional Nando Cunha, que é ator, humorista, sambista e compositor. Já no domingo, encerrando a programação da Praça Dandara, acontecerá a ação Gira Palmares, que além de apresentações culturais, contará com aulões de dança afro, percussão e capoeira. Toda a programação do projeto pode ser conferida pelo Instagram @vamossubiraserra
KIZOMBA
Na grande arena da Praça Multieventos, a partir das 17hs, o público irá conferir a ação Kizomba – Arte, Cultura e Gastronomia Afro-brasileira. Serão 11 afro-empreendedores apresentando a ancestralidade negra em forma de sabor e aromas, com uma variedade de pratos típicos vendidos ao preço único de R$ 15,00. A partir das 20h, tem início as apresentações culturais, definidas por noites temáticas: quinta-feira com a Roda de Todos os Sambas; Sexta do Sagrado; Sábado das Yabás; e no domingo a Ciranda Afro. A entrada é gratuita.
VAMOS SUBIR A SERRA por dignidade, respeito e reconhecimento do povo negro!
SERVIÇO:
Vamos Subir a Serra (Edição Especial)
Período: 28 a 31 de janeiro de 2021
Local: Espaço Cultural Zumbi dos Palmares – Praça Multieventos / Pajuçara – Maceió (AL)
Horário: 15 às 22h
Entrada gratuita!
Coordenação de Comunicação
Valdice Gomes / Helciane Pereira / Luila de Paula
(82) 99999-1301 / 98831-3231 / 99616- 1053
Email: ascom.anajo@gmail.com / vamossubiraserra.al@gmail.com
Gestão do Projeto
Simone Benchimol
99687-7907
Presidente da FMAC se reúne com representantes do Projeto Vamos Subir a Serra
A presidente da Fundação Municipal de Ação Cultural (FMAC), Mirian Monte, se reuniu nessa sexta-feira (8) com representantes do Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô. Em pauta, a parceria para a realização da quarta edição do Projeto Vamos Subir a Serra. O evento contará com uma edição especial que será realizada entre os dia 28 a 31 de janeiro no Espaço Cultural Zumbi dos Palmares, praça Multieventos, orla marítima do bairro da Pajuçara, em Maceió.
O evento vai seguir as normas do Plano de Distanciamento Social estabelecidas pelos decretos governamentais. Serão utilizadas medidas de segurança como a utilização de tapetes de higienização, dispersores com álcool em gel a 70%, medidor de temperatura e o uso obrigatório da máscara para todos os visitantes e expositores.
No encontro, a FMAC foi representada pela presidente, Mirian Monte, a assessora especial, Whytna Cavalcante, e a coordenadora de políticas públicas alternativas, Paolla Vasconcelos. O Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô foi representado pela coordenadora geral do Vamos Subir a Serra, Valdice Gomes, a gestora do projeto, Simone Benchimol, e a coordenadora da ação, Luíla de Paula.
O Vamos Subir a Serra é realizado desde 2017 e faz parte das ações do Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô. Devido à pandemia da Covid-19, o projeto que deveria ter sido realizado em novembro, mês da Consciência Negra, será retomado agora no mês de janeiro com uma diversificada programação sociocultural com a realização de seminário, exposições, homenagens, desfile afro, feira com empreendedores afros e quilombolas, feira gastronômica e apresentações culturais.
“Contamos com a parceria da FMAC para a realização desta edição especial do Vamos Subir a Serra para levar a dignidade, o respeito e o reconhecimento do povo negro, que é o lema da ação, diz a coordenadora-geral do projeto, Valdice Gomes.
Fonte: Ascom/FMAC
Lei que cria Delegacia de Crimes contra Vulneráveis vai à sansão de Renan Filho
Projeto foi sugerido pelo Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL). Órgão investigará crimes contra idosos, pessoas com deficiência, negros, gays, entre outros grupos.
A Assembleia Legislativa de Alagoas aprovou, nessa terça-feira (15/12), projeto de lei que cria a Delegacia Especial dos Crimes Contra Vulneráveis. Sugerido pelo Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL) e outras instituições públicas e da sociedade civil, o texto vai à sansão do governador Renan Filho (MDB).
O projeto de lei ordinário nº 415/2020, aprovado por unanimidade, foi enviado à ALE pelo presidente do TJ-AL, Tutmés Airan, quando este estava temporariamente no exercício do Governo de Alagoas, em 2 de outubro de 2020. A matéria foi incluída na pauta da ordem do dia a pedido do deputado Paulo Dantas (MDB).
A delegacia terá competência para investigar crimes contra idosos, adeptos de religiões de matriz africana, pessoas com deficiência, quilombolas, população em situação de rua, negros, ciganos, índios, lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros, entre outros.
“É um grande avanço, porque vai potencializar da nossa a 14ª Vara (Crimes contra vulneráveis), já que o trabalho do Poder Judiciário se alimenta do trabalho da polícia”, destacou Tutmés Airan.
Para o desembargador, os policiais precisam estar preparados para acolher a população vulnerável. “É uma delegacia que, antes de investigar a violência que é praticada contra essas pessoas vulneráveis, ela tem em primeiro lugar que as acolher. Estou bastante feliz, também porque foi uma ideia que nasceu aqui no Poder Judiciário”.
O projeto tem o apoio da Defensoria Pública do Estado e Ministério Público de Alagoas, além de organizações da sociedade civil como a Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência da OAB Alagoas, o Grupo Gay de Alagoas e o Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô.
CES ALAGOAS PROMOVE WEBCONFERÊNCIA
O Conselho Estadual de Saúde (CES), por iniciativa da Comissão de Educação Permanente, realiza na quinta-feira (17.12), às 15hs, pelo youtube canal – CES Alagoas, a Webconferência “Organização dos serviços de saúde: atenção básica, média e alta complexidade”, tendo como conferencista Júlia Levino, assessora da Superintendência para Atenção Primária e Ações Estratégicas (ASAPAE) da Sesau e conselheira do CES.
Participam como convidados: Valdice Gomes, conselheira representando o segmento Usuários pelo Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô, e Maurício Sarmento, também conselheiro de saúde pelo segmento Trabalhadores. A mediação será de Marilda Yamashiro, representante do Ministério da Saúde no CES.
Segundo Maria Cristina Nascimento, coordenadora da Comissão de Educação Permanente, a atividade integra uma série de conferências virtuais com objetivo de capacitar os conselheiros de saúde sobre temas importantes para o controle social no SUS.
Fonte: Jornal Tribuna Independente – Coluna Axé – 15/12/2020
Anajô é selecionado em edital da FMAC
O Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô foi uma das entidades selecionadas no edital MESTRA HILDA – CULTURA EM MOVIMENTO N° 07/2020 – organizado pela Prefeitura de Maceió por meio da Fundação Municipal de Ação Cultural (Fmac).
Nesta categoria, a premiação era destinada para 40 organizações da sociedade civil com o intuito de realizar projetos culturais de interesse coletivo – LEI ALDIR BLANC. O resultado foi publicado nessa sexta-feira(11/12) na edição do diário oficial do município de Maceió: http://www.maceio.al.gov.br/diario-oficial-11-12-2020/
Busca promover ações culturais coletivas que atendam aos diversos segmentos culturais existentes no Conselho Municipal de Políticas Culturais, através de instituições representativas de grupos culturais existentes na cidade de Maceió, com prioridade para as ações que possam ser transmitidas pela internet ou disponibilizadas por meio das redes sociais e outras plataformas digitais.
No caso de propostas para execução presencial, as instituições deverão seguir todas as normas apresentadas nos decretos estadual e municipal referentes ao período da Pandemia do Covid-19 e os protocolos sanitários em relação ao isolamento social.
Seguimos na luta!
VAMOS SUBIR A SERRA TERÁ EDIÇÃO ESPECIAL
Devido à pandemia do covid-19 e o período eleitoral, o projeto não acontecerá este mês, mas terá uma edição especial com os ajustes necessários, obedecendo os decretos governamentais e protocolos sanitários.
Pensando em marcar as celebrações do mês de novembro, dedicado às comemorações e reflexões sobre a importância histórica do Dia Nacional da Consciência Negra e de Zumbi dos Palmares – 20 de novembro, o Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô realizará, na próxima terça-feira (24), o lançamento Projeto Vamos Subir a Serra (Edição Especial), que devido à pandemia do covid-19 e o período eleitoral, não será realizado este mês. A atividade, restrita a 150 pessoas, acontecerá às 17hs, na Praça Multieventos, na orla da Pajuçara, obedecendo as normas do decreto estadual Nº 71.467, de 29 de setembro de 2020, bem como os protocolos sanitários.
Durante lançamento, os responsáveis pelo projeto irão informar a data da edição especial, a programação prevista com as mudanças necessárias para se ajustar à nova realidade, as novidades desta edição e justificar os motivos da alteração de data. De acordo com a coordenadora geral do projeto, Valdice Gomes, o sucesso das edições anteriores tem despertado uma expectativa sobre a realização do projeto este ano.
“O projeto tem atendido o seu objetivo de fomentar a reflexão sobre a realidade da população afrodescendente, valorizar e dar visibilidade à cultura afro-alagoana, e depois de três edições de sucesso é natural a expectativa quanto à sua realização este ano, por isso decidimos fazer o lançamento já este mês como forma de dar respostas ao público que já conta com as atividades do Vamos Subir a Serra”, enfatizou.
O projeto Vamos Subir a Serra é uma iniciativa do Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô, entidade do movimento negro alagoano, vinculado aos Agentes de Pastoral Negros do Brasil (APNs). O projeto éconsiderado um dos maiores eventos afro-culturais no Estado de Alagoas, destinado à valorização da população negra e da cultura afro, incentivo à geração de renda, o pertencimento étnico-racial e o combate ao racismo.
VAMOS SUBIR A SERRA por dignidade, respeito e reconhecimento do povo negro!
SERVIÇO:
Lançamento do Projeto
Vamos Subir a Serra – Edição Especial
Local: Praça Multieventos / Pajuçara – Maceió (AL)
Data:24 de novembro de 2020
Hora: A partir das 17h
Coordenação de Comunicação
Valdice Gomes / Helciane Pereira / Luíla de Paula
(82) 99999-1301 / 98831-3231 / 99616- 1053
Email: ascom.anajo@gmail.com / vamossubiraserra.al@gmail.com
Gestão do Projeto
Simone Benchimol – (82) 99687.7907 / gestao@simonebenchimol.com.br
Anajô participa da live realizada pela UNIT
No dia 13 de novembro ocorreu a live organizada pelo Núcleo de Apoio Pedagógico e Psicossocial do Centro Universitário Tiradentes (Unit), por meio do Núcleo (Napps), com o tema “Precisamos falar sobre racismo”. A atividade também respeitou à acessibilidade e contou com intérprete de libras em tempo real.
O Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô foi o convidado especial e foi representado pela malunga Valdice Gomes: jornalista, integrante do conselho fiscal do Anajô e coordenadora geral do projeto Vamos Subir a Serra.
Ela repassou informações relevantes sobre a história da nossa entidade e as ações desenvolvidas; discutiu a importância das políticas afirmativas; educação antirracista; os impactos do racismo na sociedade; dentre outros.
Acesse o YouTube e confira o vídeo completo no perfil Unit Alagoas:
Anajô no mês da consciência negra!
Comitê alagoano defende cotas e ações afirmativas na Lei Aldir Blanc
Entidades representativas do movimento negro, dos segmentos afro-culturais, grupos de capoeira, de comunidades quilombolas, afro-empreendedores e das casas de terreiro de Alagoas criaram o Comitê Alagoano em Defesa de Cotas e Ações Afirmativas na Lei Aldir Blanc. O objetivo é exigir a democratização, transparência, monitoramento e fiscalização pública do orçamento destinado ao Estado de Alagoas, e que parte dessas verbas seja distribuída proporcionalmente, à população afro-alagoana integrante de cadeia produtiva dos segmentos artísticos e culturais, e afro-negócios criativos.
Nesse sentido, uma representação do Comitê participa de audiência com o defensor-geral do Estado, Carlos Eduardo de Paula Monteiro, nesta sexta-feira, 11 de setembro, às 10hs, na sede da Defensoria Geral do Estado, situada na avenida Fernandes Lima, Farol. O comitê alagoano, assim como os demais criados em outros Estados, faz parte da mobilização em apoio à Campanha Nacional em Defesa de Cotas e Ações Afirmativas na Lei Aldir Blanc de emergência ao setor cultural.
De acordo com a Carta a Alagoas, manifesto assinado por 68 entidades, a Lei 14.017, de 29 de junho de 2020, conhecida como Lei Aldir Blanc, de autoria da deputada federal Benedita da Silva, tem destinação emergencial diante da crise humanitária que já causou mais de 128 mil mortes e mais de 4 milhões de infectados pelo covid-19 no País, sendo que a maioria é negra.
No caso de Alagoas, afirmam que dados do informe epidemiológico da Sesau mostram que a população negra (soma de pardos e pretos de acordo com o IBGE) representa 70,6% dos casos confirmados de covid-19, e 72% dos óbitos.
Os segmentos reivindicam aos poderes constituídos, órgãos e instituições competentes recomendação ao Estado de Alagoas e às Prefeituras Municipais com vistas a assegurar que no mínimo 54%, percentual correspondente população negra brasileira, dos recursos públicos destinados a Alagoas pela Lei nº 14.017, de 29 de junho de 2020, seja investido como medida de ação afirmativa de promoção da igualdade racial e reparação histórica.
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Comitê Alagoano em Defesa de Cotas e Ações Afirmativas na Lei Aldir Blanc
Informações: Valdice Gomes (82) 9999-1301 \ 8878-7484
Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira-AL)
CARTA A ALAGOAS PARA O BRASIL VER!
As entidades integrantes do Comitê Alagoano em Defesa de Cotas e Ações Afirmativas na Destinação dos Recursos da Lei Aldir Blanc para a população negra exigem a democratização, transparência, monitoramento e fiscalização pública do orçamento destinado ao Estado de Alagoas, sendo que parte dessas verbas seja distribuída proporcionalmente, à população afro-alagoana integrante de cadeia produtiva dos segmentos artísticos e culturais, e afro-negócios criativos.
A Lei 14.017, de 29 de junho de 2020, conhecida como Lei Aldir Blanc, tem destinação emergencial diante dessa crise humanitária que já causou mais de 122 mil mortes e mais de 4 milhões de infectados pelo covid-19 no País, a maioria negra.
Alagoas, segundo menor estado da federação e um dos mais pobres, tornou-se o berço da resistência negra no Brasil com o Quilombo dos Palmares, no século XVI, o mais organizado e duradouro das Américas. Hoje possui 69 comunidades quilombolas rurais e milhares de terreiros de matrizes africanas.
Cerca de 70% da população alagoana é formada por negros, segundo dados do IBGE, considerada de alta vulnerabilidade social, nos limites da pobreza e da pobreza extrema, protagonizando alguns dos piores índices sociais no País. Entre eles, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,677, ocupando o 27º lugar entre os estados. Além disso, a pesquisa “Desigualdades Sociais por Cor e Raça”, divulgada pelo IBGE, com base em dados de 2018, revela que entre os 10% dos alagoanos com menores rendimentos, 82% são pretos ou pardos, enquanto as pessoas brancas são apenas 17% deste total.
Existem vários segmentos sociais que expressam a cultura afro-alagoana e afrobrasileira na capital e no interior, incluindo as comunidades quilombolas. Entre eles, afoxés, maracatus, grupos de capoeira, movimento hip hop, Bumba-meu-Boi, escolas de samba, centenas de grupos representativos da cultura popular e outros segmentos da música, teatro, audiovisual, artes cênicas e artes plásticas.
Por outro lado, a Capital Maceió, carrega em sua história a triste experiência de episódios violentos como o Quebra de Xangô, ocorrido em 1912, que representou a destruição das casas de candomblé pelo Estado e perseguição a adeptos de religiões de matrizes africanas, com impactos negativos à difusão e valorização das manifestações afro-culturais, e reflexos na nossa formação cultural.
De acordo com o Atlas de Violência 2020, Alagoas é o Estado que apresenta maiores diferenças de vitimização entre negros e não negros, com taxas de homicídio de negros sendo 17,2 vezes maiores do que a de não negros. Ou seja, quando se trata de vulnerabilidade à violência, negros e não negros vivem realidades completamente distintas e opostas dentro de um mesmo território.
Diante do exposto, considerando que todos os estudos, incluindo os dados do Ministério da Saúde, apontam que a população negra é a mais atingida com a pandemia, sendo a maioria das vítimas tanto em número de infectados quanto de óbitos, sem falar nos impactos socioeconômicos atuais e no pós-pandemia;
Considerando ainda que os empreendedores negros foram mais impactados pela pandemia do coronavírus, entre os donos de pequenos negócios no país. Pesquisa realizada pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), mostrou que 70% dos negócios entrevistados conduzidos por pessoas pretas estão localizados em municípios que tiveram fechamento parcial ou total dos estabelecimentos;
Considerando as previsões do Estatuto da Igualdade Racial sobre cultura, contidas no Título II, Capítulo II, Seção III, sobre os Direitos Fundamentais da população negra, em especial o Art. 17 que diz que o poder público garantirá o reconhecimento das sociedades negras, clubes e outras formas de manifestação coletiva da população negra, com trajetória histórica comprovada, como patrimônio histórico e cultural, nos termos dos Arts. 215 e 216 da Constituição Federal;
Solicitam a intervenção dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário para que defendam que parte da verba da Lei Aldir Blanc destinada ao estado de Alagoas e aos seus municípios, seja distribuída obrigatória e proporcionalmente entre os fazedores da cultura afro-brasileira, territórios onde há resistência das expressões socioculturais negras e, também:
- A necessidade de autodeclaração e cadastros com o quesito raça e cor e denominação específica dos segmentos regionais de expressão cultural afro-alagoana e afro-brasileira.
- A divulgação de informativos e propaganda institucional sobre os direitos da população negra relativos à Lei Aldir Blanc, formas de cadastramento, auxílios, programas e editais;
- A orientação para que as secretarias de cultura municipais criem imediatamente grupos de trabalho com outras instituições afins em paridade com as representações do movimento social negro, grupos afro-culturais, capoeira, e comunidades tradicionais de cada cidade.
- A participação de Órgãos de Controle, Tribunal de Contas e Ministérios Públicos (Estadual e Federal) no monitoramento da implementação da Lei.
- O compromisso do estado de Alagoas e dos municípios com a aplicação total dos recursos, sem devolução para a União.
- Recomendação para estrita observância na destinação dos recursos da Lei Aldir Blanc, da legislação brasileira e dos instrumentos internacionais ratificados pelo Brasil de combate ao racismo, de promoção da igualdade racial e de enfrentamento à violência contra a mulher.
- Recomendação para o estabelecimento de critérios objetivos e simplificados nos editais para assegurar recursos às iniciativas culturais e ancestrais desenvolvidas pela população afro-alagoana.
- Recomendação ao Estado de Alagoas e às Prefeituras Municipais com vistas a assegurar que no mínimo 54%, percentual correspondente população negra brasileira, dos recursos públicos destinados a Alagoas pela Lei nº 14.017, de 29 de junho de 2020, seja investido obrigatoriamente, como medida de ação afirmativa de promoção da igualdade racial e reparação histórica, proporcionalmente, devendo reconhecer valores imateriais e materiais afro-brasileiros que trazem um legado de resistência ao escravismo e espoliação das civilizações africanas.
- Investir recursos com critério de gênero específico para mulheres negras e LGBTQIA+ artistas, produtoras e do povo de terreiro, comunidades quilombolas e outros segmentos tradicionais de expressões culturais e artísticas de matrizes africanas.
Maceió, 02 de setembro de 2020.
ENTIDADES SIGNATÁRIAS
- Abadá Capoeira
- Abassá de Angola oyá Igbale
- Afoxé Ofá Omin
- Afoxé Oju Omim Omorewá
- Aliança Nacional LGBTI+
- Associação Àdapo da Comunidade Muquém de Remanescentes Quilombolas de União dos Palmares/AL
- Associação Cultural Capoeira Tradição
- Associação Cultural Meu Berimbau tem Vida
- Associação de Desenvolvimento da CRQ Carrasco (Arapiraca)
- Associação Desportiva, Cultural e Artística Alagoarte
- Associação profissional dos Técnicos Cinematográficos e Documentaristas de Alagoas
- Banda Afro Afoxé
- Banda Afro Dendê
- Banda Afro Mandela
- Banda Afro Zumbi
- Batuque Empreendimentos
- Bloco Sururu da Lama
- Capoeira Zuavos
- Centro Cultural Bobo Gaiato
- Centro de Cultura e Estudos Étnicos ANAJÔ (APNs-AL)
- Centro de Educação Popular e Cidadania Zumbi dos Palmares – CEPEC
- Centro de Estudos e Pesquisa Afro Alagoana Quilombo
- Cia. De Teatro e Dança Afro Aiê Orum
- Coletivo Afro Caeté
- Coletivo Cia Hip-Hop de Alagoas
- Coletivo de Apoio às Trabalhadoras e Trabalhadores – CATT
- Coletivo O “Quê” do Movimento
- Comissão de Defesa da Promoção da Igualdade Social OAB/AL
- Comunidade Quilombola Mameluco – Taquarana
- Comunidade Quilombola MUQUÉM – União dos Palmares
- Comunidade Quilombola Poço do Lunga – Taquarana
- Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial de Alagoas – CONEPIR
- Coordenação Estadual de CRQs de Alagoas Ganga-Zumba
- Coordenação Feminina Quilombolas de Alagoas – As DANDARAS
- Dagô Produções
- Fórum AVA (artes visuais de Arapiraca)
- Fórum de Dança e Circos de Alagoas
- Fórum de Literatura de Alagoas
- Fórum de Música de Maceió
- Fórum de Teatro de Maceió
- Fórum Miguelense de Cultura
- Fórum Setorial de Áudio Visual Alagoano
- Frente de Artistas e Técnicos de Alagoas
- Grupo de Capoeira Águia Negra
- Grupo Gay de Maceió
- Grupo Pau e Lata – Palmeira dos Índios
- Ilê Axé Ofá Omin
- Ilê Nifé Omi Omo Posú Betá
- Instituição Sócio cultural Acauã Brasil
- Instituto do Negro de Alagoas – INEG
- Instituto Mãe Preta
- Maracatu Baque Alagoano
- Maracatu Raízes e Tradições
- Movimento dos Povos das Lagoas
- Museu Cultura Periférica
- Núcleo de Cultura Afro Brasileira Iyá Ogunté
- ONG Axé Tribal
- Ong. Patacuri Cultura e Formação
- Orquestra de Tambores
- Papo de Periferia
- Pastoral da Negritude da Igreja Batista do Pinheiro
- Projeto Erê
- Quilombo de Capoeira Pôr do Sol dos Palmares
- Rede CENAFRO
- Rede de Mulheres Negras de Alagoas
- Rede Mulheres de Comunidades Tradicionais
- Terreiro Aldeia dos Orixás