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Membros do Anajô participam do IZP no mês da consciência negra
Durante toda essa semana, ocorreu a 4ª edição do projeto IZP no Mês da Consciência Negra. São programas especiais transmitidos pela Rádio Educativa FM das 8h30 às 10h, apresentado pelo radialista Marcos Guimarães. Os temas discutidos nesse ano foram: Educação e Consciência Negra; Religiões de Matriz Africana; políticas de ações afirmativas; atuação do Neab e Cultura.
Nessa quarta-feira(19.11), o tema discutido foi “Conepir e a importância da participação social na implementação das políticas de promoção da igualdade racial”. Foram entrevistados os seguintes convidados: Helcias Pereira, Vice presidente do Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô e conselheiro nacional de promoção da igualdade racial (representando os APNs); Valdice Gomes, integrante do Anajô, Cojira-AL e atual presidenta do Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial; Clébio Araújo, historiador e vice-reitor da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal); e Elida Miranda, Secretária Estadual de Combate ao Racismo da Central Única dos Trabalhadores (CUT-AL).
O projeto é uma iniciativa do Instituto Zumbi dos Palmares coordenado pela assessoria de comunicação, e conta com o apoio da Secretaria de Estado da Comunicação (Secom), Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial de Alagoas (COJIRA-AL), Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab-Ufal) e o Restaurante Akuaba.
Confira o registro fotográfico (19.11.14):
Debate sobre racismo no mercado de trabalho
Ações Afirmativas e Universidade será tema de palestra na Uneal
O Coordenador Geral dos Agentes de Pastoral Negros do Brasil (APNs), Nuno Coelho, estará nesta segunda-feira (07.14) na cidade de Arapiraca, onde fará às 19h uma palestra para o corpo docente e alunos da Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL).
Tem como objetivo discutir os avanços e os desafios das Ações Afirmativas e o papel da universidade neste contexto social e político, e também, contará com a presença de Helcias Pereira – Vice Presidente do Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô e membro do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR/SEPPIR).
O convite foi realizado pelo historiador Clébio Araújo, que também é vice-reitor da instituição de ensino.
Reflexão sobre a mobilização pró CONEPIR-AL
Helcias Roberto Paulino Pereira
- Vice-Presidente do Centro de Cultura e Estudos Étnicos – MOCAMBO ANAJO/APNs
- Membro da Coordenação Nacional dos Agentes de Pastoral Negros do Brasil –APNs
- Conselheiro Nacional de Promoção da Igualdade Racial – CNPIR/SEPPIR/PR
Meu resumo para os últimos atos do Movimento Negro Alagoano
Que aqui faço uma homenagem.
Não foi baixaria, não foi ilusão, nem autorrepresentação,
Não foi estrelismo, nem egocentrismo, foi ato de organização,
Não foi vaidade, muito menos maldade, foi grito de libertação,
Foi força, crença, sonho, foi vital presença com determinação,
Foi compromisso, seriedade, foi literalmente representatividade…
Foi simplicidade, foi garra, foi UNIÃO.
Que nessa sexta-feira, dia 28 de fevereiro, estejamos firmes para exercer nossa cidadania em defesa do nosso povo, conscientes das dificuldades e da importância do nosso compromisso, abertos ao dialogo, as adversidades, aos desafios. Que aumentemos nossa capacidade de ouvir, refletir, dialogar, respeitar, propor e se for possível “brigar” sem precisar usar as armas da covardia, da desesperança, do descompromisso e da desunião.
Avante conselheiros, os índios, ciganos, quilombolas, religiosos de matrizes africanas, capoeiristas, grupos artísticos afro-culturais, a juventude e as crianças negras, ESPERAM DE NÓS O QUE ELES NUNCA IMAGINARAM, a possibilidade de juntos e unidos promovermos a IGUALDADE RACIAL em nosso estado de Alagoas.
Axé e a luta mais do nunca continua!
(Maceió-AL, 26 de fevereiro de 2014)
Reflexão sobre o mês da consciência negra

Em 2011 a Lei 12.519 instituiu oficialmente o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra.
Helcias Pereira
BASTIDORES: Oficina de comunicação – erradicação do trabalho infantil
O Centro de Cultura e Estudos Étnicos Anajô/APNs-AL marcou presença na oficina “A Comunicação para erradicação do Trabalho Infantil” no dia 18 de setembro. A ação foi realizada pela ong baiana CIPÓ Comunicação Interativa e integra a campanha colaborativa nacional “É da Nossa Conta! Sem Trabalho Infantil e pelo Trabalho Adolescente Protegido”.
Relato da Reunião do Movimento Negro com a Presidenta Dilma Rousseff
Após uma rodada de discussão pela manhã com a presença da ministra Luiza Bairros, da SEPPIR, e do Chefe da Assessoria Especial da Secretaria-Geral da Presidência da República, Diogo Sant’ana, os participantes listados no fim deste relato tiveram uma reunião com a presidenta Dilma Rousseff, iniciada às 15h.
Por: Sueide Kintê, com colaboração de Ana Flávia Magalhães Pinto
A presidenta Dilma dissertou sobre a contribuição dos negros na construção da nação Brasileira. Afirmou que as condições em que se deu a constituição do país contribuíram para a subjugação da população afrodescendente. Alertou que a história da população negra não está nas escolas, e que, até ela, só havia acessado informações sobre o legado de resistência dessa população em seu curso de pós-graduação. Ressaltou que tal realidade é inadmissível.
Em seguida, fez um panorama do avanço das políticas públicas para população negra no Brasil nos últimos dez anos. Disse que considerava um avanço importante o reconhecimento das terras quilombolas no início da gestão do presidente Lula, e que essas eram comunidades tão invisíveis para o governo que a metodologia inicial de mapeá-las teve de se valer do programa Luz para todos, pois, entre a maioria dos territórios onde faltavam serviços de atenção básica como saneamento e energia elétrica, estavam os quilombos.
A presidenta falou ainda que considerava um avanço a instituição de cotas raciais nas universidades federais, a realização das conferências de promoção de igualdade racial, as políticas de transferência de renda que têm beneficiado as populações pobre e negra, e, por fim, falou dos cinco pactos do governo federal: 1. Responsabilidade fiscal, 2. Plebiscito/Reforma política, 3. Saúde, 4. Mobilidade e 5. Educação. Quanto a isso, pediu o apoio das entidades negras ali presentes no sentido de contribuir para o fortalecimento da agenda em nível nacional.
Mais uma vez saudou os presentes e passou a palavra para nossos representantes.
Primeira Intervenção nossa: O primeiro a falar foi Edson Santos, diretor da Unegro, organização que tem cadeira no CNPIR. Ele discorreu sobre a reforma política, disse que a organização da qual faz parte realizou em 2012 uma pesquisa nas câmaras de vereadores, de deputados e no senado brasileiro para fazer um mapeamento da presença de parlamentares negros e que o resultado da pesquisa foi alarmante, por constatar a baixíssima representação desse segmento populacional nesses espaços do Legislativo. Pontuou com a Presidenta Dilma que não seria possível fazer reforma política sem assegurar condições equânimes de participação da população negra.
Segunda Intervenção nossa: A segunda pessoa a falar foi Flavio Jorge, da Conen, organização que também tem assento no CNPIR, que fez um apanhado das questões que tínhamos elencado na carta protocolada à presidência e discorreu sobre a importância das questões assinaladas. Deu um panorama da atuação das organizações de movimento negro no brasil, e ressaltou a importância dessas no processo de conquista de direitos. Pontuou a importância daquele encontro não se encerrar ali e pediu que a presidenta Dilma comprometesse os ministros encaminhando nossas solicitações, uma a uma, para cada pasta citada.
Terceira Intervenção nossa: O terceiro a falar foi o conselheiro do CNPIR pela Coordenação Nacional das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), Arilson Ventura, que leu um manifesto onde dizia que, enquanto o poder público tinha mapeado cerca de três mil comunidades quilombolas, nós já sabíamos da existência de números que extrapolavam mais do que o dobro do relatado. Afirmou novamente que os serviços básicos de infraestrutura não passam por esses territórios, conclamou a presidenta a se posicionar no que diz respeito à briga contra os latifundiários e fez denúncias da violência cometida pelo próprio Estado em situações de conflito com estas comunidades.
Quarta Intervenção nossa: A quarta pessoa a falar foi a conselheira do CNPIR Kika (Valkiria Souza) peloCentro de Africanidade e Resistência Afro-brasileira (CENARAB) , que defendeu o Estado laico, falou das inúmeras violências sofridas pelo povo de santo, criticou o fortalecimento das igrejas neopentecostais por meio do Estado, falou da vulnerabilidade da mulher negra no âmbito social e pontuou que este é o grupo mais acometido por violências no país. Denunciou que o genocídio da juventude negra, na medida em que ceifa a vida dos homens jovens, atinge a organização da vida de muitas outras mulheres, mães, filhas, avós, esposas, namoradas, vítimas indiretas desses crimes. Por fim, apresentou todas as mulheres que estavam no recinto e fez questão de afirmar a autonomia e o protagonismo das mulheres negras nos processos de lutas históricas do país.
Quinta Intervenção nossa: A quinta pessoa a falar foi o conselheiro Clédisson Geraldo dos Santos Júnior, do Coletivo Nacional de Juventude Negra do PT – Enegrecer, que fez um panorama da participação dos jovens negros na construção da democracia do país. Discorreu sobre as brechas do programa Juventude Viva, denunciou o auto de resistência, apelou para que a presidência se pronunciasse contra a redução da maior idade penal e defendeu a desmilitarização da polícia.
Sexta Intervenção nossa: A sexta pessoa a falar foi Ana Flávia Magalhães Pinto, integrante doColetivo Pretas Candagas e da Campanha A Cor da Marcha, que discorreu sobre Comunicação, Educação e Saúde. Saudou a memória de todas as pessoas negras que historicamente lutaram, as que atualmente lutam e as que virão para fortalecer o combate à desigualdade racial no Brasil e no Mundo.
Apresentou a carta protocolada na Presidência e defendeu mais uma vez a importância do encaminhamento das solicitações ali registradas. Denunciou o apagamento dos sujeitos históricos negros na luta por cidadania, desde o período da Independência. Defendeu a criação de uma lei de mídia democrática, de modo a fortalecer a agenda de democratização da comunicação e a garantia de acesso e participação da população negra nos meios de comunicação.
No item Educação, defendeu a criação cotas em programas de bolsas para estudantes negros na graduação e na pós-graduação; o estabelecimento de uma ação afirmativa pelo fortalecimento da inserção de estudantes negros no Programa Ciências sem Fronteiras. Alertou para a urgência de uma ação no MEC voltada para o mapeamento e a divulgação das recentes pesquisas que tratam das formas de resistência negra no período escravista e no pós-abolição. Defendeu o real fortalecimento institucional da implementação da Lei n. 10.639.
Quanto à Saúde, alertou para importância estratégica de fortalecimento institucional da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, na medida em que 70% dos usuários do SUS são negros. As tentativas de desmantelamento do SUS, portanto, devem ser enfrentadas como uma das mais ferozes demonstrações de Racismo Institucional. Por fim, reafirmou a urgência da regularização e fortalecimento dos programas de proteção a testemunhas e dos programas nacionais de defensores/as de direitos humanos.
Outras Intervenções:
* Ivanir dos Santos (CEAP) falou do descaso do Estado com as religiões de matrizes africana e criticou a atenção que é dada às igrejas evangélicas. Convidou a presidenta Dilma a estar pelo menos no café da manhã que antecede a 6ª Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa, que ocorrerá no Rio de Janeiro no dia 8 de setembro.
* Frei Davi (EDUCAFRO) reclamou da ausência de cotas nos serviços públicos e pediu a ampliação das cotas para os cursos de medicina e direito.
Depois dessas falas a palavra retornou para a presidente Dilma, que assumiu que todas as denúncias feitas pelo grupo eram pertinentes. A presidenta pontuou que apesar dos avanços o Brasil ainda é um país racista, incapaz de dar a resposta que a população negra precisa. Disse que esse governo deu os primeiros passos, mas que ainda há muito o que se fazer.
Encaminhou as demandas específicas para os ministros presentes Gilberto Carvalho (Secretário Geral da Presidência da República) e Aloízio Mercadante (Ministro da Educação), afora a ministra Luiza Bairros, da SEPPIR. Falou do estado de alerta que ficou quando teve acesso aos dados de violência no Brasil e encaminhou para que a ministra Luiza Bairros estabelecesse, em articulação com a ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos, um Fórum Permanente de Combate ao Genocídio da Juventude Negra. Se colocou contra a redução da maior idade penal e relatou que, em conversa com o presidente do STF, pontuou que essa proposta visa a atingir e criminalizar pobre e negros. Também manifestou discordância em relação à aprovação da PEC 215, uma vez que se trataria de uma medida inconstitucional.
Falou que aceitava o convite de ir à caminhada do povo de santo do Rio de Janeiro e pediu ao ministro Gilberto que priorizasse o evento na sua agenda. Falou que vai encaminhar com qualidade o decreto da Seppir instituindo cotas nos serviços públicos. Agradeceu a presença de todas/os e se despediu passando a palavra para o ministro Mercadante para que ele desse um retorno sobre os demais pontos.
Aloízio Mercadante: Expôs uma série dados estatísticos e de ações que o MEC tem desenvolvido quanto à Lei 10.639 e à inclusão de estudantes negros no ensino superior; e marcou uma reunião setorial prevista para a próxima sexta-feira, com o objetivo de debater as questões levantadas na reunião.
Gilberto Carvalho: Sinalizou para a abertura da Secretaria Geral para agendar as reuniões com os outros Ministérios citados na carta, além dos Ministérios do Meio Ambiente e do Planejamento.
Estiveram na reunião:
- Ana Flávia Magalhães Pinto – Coletivo Pretas Candangas / Campanha A Cor da Marcha
- Angela Maria da Silva Gomes – CNPIR
- Arilson Ventura – CONAQ / CNPIR
- Cida Abreu – Secretaria Nacional de Combate ao Racismo do PT
- Cledisson Geraldo dos Santos Júnior – ENEGRECER / CNPIR
- Edson França – UNEGRO / organização com assento no CNPIR
- Estela Maris Cardoso – Fórum de Mulheres Negras / CNPIR
- Flávio Jorge – CONEN / organização com assento no CNPIR
- Frei David – EDUCAFRO / CNPIR
- Helcias Roberto Paulino Pereira – APNs
- Ivanir dos Santos – CEAP / organização com assento no CNPIR
- João Carlos Borges Martins – ANCEABRA
- José Vicente – Faculdade Zumbi dos Palmares
- Marcos Rezende – CEN
- Maria da Conceição Lopes Fontoura – Maria Mulher / AMNB / CNPIR
- Paulino de Jesus Cardoso – ABPN / CNPIR
- Sueide Kintê – Instituto Flores de Dan / Articulação Mulheres & Mídias Bahia
- Valdecir Pedreira do Nascimento – Instituto Odara / CNPIR
- Valkiria de Sousa Silva – CENARAB / CNPIR
Fonte: http://africas.com.br